domingo, 7 de abril de 2013

QUANDO EU CHEGAR

Quando eu chegar

Não desfaça as malas.
Deixa-me quebrar estes grilhões de botões da saudade
que te prende os peitos nesta blusa clara.
Deixe-a solta pela sala.

Estenda-me as tuas mãos leves.
Te solta os cabelos e deixe o teu cheiro dominar teu macho.
Deixe-me desfraldar teus cachos.
Quero a tua feminilidade bebendo de meu másculo.

Deixe-me que deixo entornar tua água quente
em minha chama incandescente.
Chuvas alvas, intermitentes, sobre este vulcão.
Sinta o meu coração nas mãos, nas tuas mãos!

Esqueça essas malas.
Nossos dias: será por muitos dias, nossa senzala vazia.
Não ouviremos cães, aviões, frustrações.
Eu quero amá-la, só amá-la, e depois, as malas...

ZéReys – poeta do profundo.

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A fé de uma pessoa está relacionada com aquilo que ela mais precisa, pois em caso contrário, ela não precisaria de nada.

ZéReys.