segunda-feira, 29 de julho de 2013

Crônica ao nicho Papal.

Crônica ao nicho Papal.

Mesmo sem ir ver o Papa ao vivo, por aquelas questões sociais, cujas palavras foram destaques em sua caríssima visita, eu quase não suportei mais em tanto vê-lo. Se notícias no país não fossem tão tendenciosas, é quase também, certeza, que saberíamos que alguém tenha enfartado. Não noticiaram nada. Se bem que poderiam se dizer que fora por emoção ao vê-lo. Eu particularmente, lhe tenho agora, apesar de sua explorada exposição, mais respeito. Acho que todos nós temos, apesar do humilde poderoso, ser Argentino.

Alguns até levou ao pé da letra aquela máxima antiga, de quando ainda o Ex-presidente Lula não tinha estado no poder, que dizia: “reclame ao Papa!” E leram para ele aquele caso do descaso da prefeitura do Rio com sua tentativa de engabelação, maquiando o percurso do papa, fiquei até pensando se não era por isso que eles mudavam de rota sacaneando o esquema da prefeitura de “segurança e acessibilidade” pareceu, talvez, a nossa linda cidade, ao Papa, uma Rio Saramandaia city, e depois não veem que os homens de Deus, não precisam de segurança, oras... Ou precisam?

Bem... O Papa, João Paulo, levou uma facada em Fátima em terras portuguesas por este negócio de ser popular, mas por outro lado, vai se tornar santo. “Já temos mais por aqui que lá em cima”, será que o céu é pior que aqui? Eu também gostava do João Paulo! Lembram-se: “Meus caríssimos irmãos!” era tão romântico aquele seu jeito! Mas o Francisco é diferente, este, não tem um jeito Maradona de ser e muito menos Argentino, cheios da seriedade dos policias da rainha, e as arrogâncias fidalgas dos poderosos e milionários súditos do rei. Com uma pequena diferença, por aqui, em nossa jovem América Latina: temos a Cristina, deve ser até em homenagem a Rainha, ou complexo de superioridade.

Quanto ao Papa, é já que brigam, tem gente demais a falar que ele é carismático, eu sou meio termo, mas como já disse, eu gosto dele. Veio falou o que a gente queria ouvir e disse aquelas coisas de sempre de Papa, que certamente ninguém vai fazer, haja vista os dois mil anos de cristianismo de frente deste mundo cada vez pior em todos os aspectos. Mas tudo bem, logo ele volta, inclusive a gente espera que seja uma visita mais rápida, afinal nosso país é um país pobre e daí haja pôr água no feijão, depois de sua visita... É claro, não vão também dar feijão com caldo ralo ao Papa.
  
Outra coisa que me chamou a atenção foi o veículo que usou: veículo da concessionária Fiat Seria por que esta empresa é italiana, ou foi merchandising da empresa, pagando a igreja para mostrar sua marca ao carregar o Papa, sem dúvida o nicho de mercado repentino que o Papa gerou foi grande, deu fôlego políticos aos governos, se bem que em troca o Papa deu algumas alfinetadas neles, mas bem de leve, coisa facilmente esquecível por uns 99,9% dos que ouviu, certamente.

Em sua entrevista final, ele afirmou que o carro é parecido com o que usa no vaticano e que embora sejam ricos, não devem ficar se mostrando com carrões, por que os fies não gostam de ver e se sentir menosprezado em sua pobreza diante de ostentação de religiosos, eu estou afirmando em relação à riqueza deles por que é público e notório esta riqueza dos religiosos, em toda parte do mundo, eles sempre dizem serem pobres e que nada lhes pertencem, porém, o que é ser rico, não é viver na riqueza? Já que depois da morte a riqueza fica? Então são ricos sim, e muito ricos! Eu entendo que uma pessoa é rica quando não lhes faltam nada, e a eles, falta alguma coisa?

Pobre sou eu, que não tenho vintém para lançar um livro e nem ajuda do ministério da cultura, aliás, cultura é um saco,  não são ministros..., faz as pessoas pensarem... E por falar em pensar já pensou no gasto geral, se os outros religiosos tiverem os mesmos privilégios/direitos? Esse negócio virará uma dívida externa dos velhos tempos – impagável -, como se dizia antigamente. Aliás, por falar em impagável, me lembrei de duas coisas opostas e, ao mesmo tempo paralelas: a cidade da fé, e a cidade daquelas pessoas que até hoje esperam soluções para suas casas soterradas no estado do Rio de Janeiro, com uma coisa em comum, em nenhum caso se chegou ao finalmente. – Porque não põe mais terra naquela cidade da fé, soterrando de vez a fé dos fiéis, e faz as moradias lá, assim acabará por concretizar a fé dos desabrigados, já poderiam até contar o feito, como o primeiro milagre do Papa Francisco!

A humildade do “santo padre” foi condizente com a sua postura por aqui, mas há pobres arrogantes e ricos humildes assim como no sentido contrário, mas no Brasil, criamos um conceito inverossímil - quando queremos dizer que alguém seja pobre dizemos que ela é pessoa muito humilde, isso até remete outros a serem arrogantes por direito, já que quem tem que ser humilde é quem precisa. Eu vi um Papa humilde, mas não pobre, me fez inclusive lembrar de Jânio Quadros: diziam que colocava farinha nos ombros para parecer caspas. – Não sei se isso é verdade ou não. Mas os conceitos Pobreza/riqueza/humildade/felicidade, são bem relativos.

Há pobres felizes, há ricos felizes e ambos infelizes por algumas coisas. De todas as formas recorrem a algum dispositivo dito espiritual para se safarem destes “infortúnios”, assim sendo, que pelo o menos sejam contribuintes, e como a maioria dos povos do mundo é de classes medias para baixo, tendo inclusive os miseráveis em números maiores, nada mais providencial que tornar estes miseráveis ao menos contribuintes, “aquela de matar dois coelhos com uma cajadada”. O Papa disse ser seu desejo isso!

O Papa pediu e eu decidi, vou orar por ele, aliás, isso até me lembrou a passagem bíblica atribuída ao Jesus, quando ele admoesta severamente um homem que o remetia a ser Deus, e ele teria dito: “Não me adoreis por que eu não sou Deus, Deus é o meu pai” Se isso não foi uma ironia dele ao José, supomos que se referia ao Deus Criador. – Acho que o Papa estava, assim, se sentindo meio que endeusado. Vou orar para o Papa, sim, só o fato de ele ser favorável a acabar com a pobreza, especialmente no Brasil, me faz crer que ele seja contra a esses hipócritas que temem perderem seus status de contribuintes das cestas básicas das igrejas, com seus quilos de fubás... Já vale orarmos por ele. E, me perdoem por algumas coisas!
 – Fui!...Fomos!

ZéReys poeta do profundo.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns poeta do profundo, que conhece a profundeza e a esperteza de conhecimentos gerais!...Concordo e acho exatamente tudo isso que narrou em sua crônica, apenas não sei me expressar assim com tanta elegância e profundidade...E digo também, que o dinheiro que entra no Vaticano, dariam para reconstruir as casas soterradas no Estado Rio e amenizava a fome de muitas crianças da África...Bravíssimo poeta, bravissimo!!!...BjoS

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  3. Zé, eu li com cuidado e vagar à tua crônica, embora eu não pertença ao "nicho" papal. Dizes muitas coisas interessantes, e verdadeiras. Porém, na tentativa de concatenar os temas, acabas por não fazer jus ao teu poder de argumentação. No Brasil, falamos tanto em mídia, e mal da mídia, que acabamos por cometer os mesmos erros que ela. O assunto é o Papa? Então vamos falar do Papa Francisco e sua passagem pelo Rio de Janeiro, que foi um estrondoso sucesso de audiência (para quem cobriu, publicou ou transmitiu) e de público: fiquei arrepiada ao ver a multidão se ajuntando na Praia de Copacabana para ouvir o Papa em sua jornada e na sequência de homenagens. Considero Francisco, "apesar de ele ser argentino" (cuidado com o preconceito), um Papa que vai dar o que falar. Até o momento, ele mandou fazer uma varredura no Banco do Vaticano, antro de corrupção, e fala até em fechar a instituição. Sobre os gays, disse que somos todos filhos de Deus - pior é ser corrupto, ladrão, cínico, entre outros. Ou seja, o Papa, assim como Deus, não faz acepção de pessoas, e deixou isso bem claro em sua passagem pelo Brasil. Infelizmente, o Papa é rico e é o dirigente maior de um dos estados mais ricos do mundo, o Vaticano. Mas ele deu mostras de sua humildade: não usa o quarto oficial, mas um quarto simples; mandou retirar o trono de ouro da Santa Sé e escolheu algo mais ao estilo dos franciscanos, ordem à qual pertence. Portanto, Ave Papa, que não tem muito tempo que assumiu, mas mostrou a que veio. Não o compare com Lula, que pensa que é Deus, muito menos com essa corja de políticos corruptos e mentirosos que governam o Rio de Janeiro e o Estado da Guanabara. E ore não só pelo Papa, mas por todos nós, mortais, assim como ele. Beijos de mim.

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A fé de uma pessoa está relacionada com aquilo que ela mais precisa, pois em caso contrário, ela não precisaria de nada.

ZéReys.