segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O virtual

O virtual

Sabe o que é lindo neste mundo virtual?
É a delícia do espontâneo desejo de nos felicitarmos.
Abraçamos-nos, nos beijamos, nos queremos e sonhamos.
Às vezes nos enganamos também:
– por favor, não troque a fotografia, você está tão linda nela...

Têm dias que dormimos uns com os outros, e deixamos para 

sonhar no dia seguinte, acordados, sobre os teclados.
Sonhamos para não deixarmos de sonhar, 

vivemos para o próximo instante seguinte.
E, na maioria das vezes sem pretensões de se acasalar.

Aqui o imperativo é a amizade que tem cheiro e tempo de distância. Mas qual! ...Isso nem tem importância, 

ali, é agora mesmo.Se estamos on-line, a resposta 
é imediata, quase exata, ouvimos o bocejo do 
sono perdido de ontem.Mas possamos sorrir sem maus humores... 
Desejos renovados.

Isso aqui é quase uma prisão intransponível, quase como 

se fosse um desejo universal, realizado, concluído, 
mágico, possível e  jamais imaginável, sem o visual. 
Deus haveria mesmo de me dar esta chance humana, 
de estar sempre contigo, neste elã recíproco, 
quase na mesma cama, mesmo que seja assim, virtual...

ZéReys - Poeta Profundo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Treinando o lado bom


Treinando o lado bom

Eu vi um grupo de jovens
na contramão da moda,
esta que retrata a mesmice
de ser diferente.

Estes jovens, que vi,
descasam deste
“ser diferentes atuais”
para não serem iguais.

Há nestes jovens,
um desprender consciente,
em que foge da regra de ser inútil,
em que ser útil é colocar seu vigor
e sua força a serviço do verdadeiro
amor a reverberar a seu favor.

Por isso, são tão bonitos e felizes,
por isso, as suas juventudes
prolongam como se Deus,
os sorrissem por toda a eternidade.

Hoje, eu vi um grupo de jovens,
que suavam altruístas,
com sinceridade,
para ser do bem de verdade!


ZéReys – poeta do profundo.

Por nossa unicidade



Por nossa unicidade

Tenho um desejo latente na minha alma
que me percorre a língua.
Sinto o gosto rosa do jambo de tua pele,
lisa e linda.

Venha, senta-te em meus joelhos e escorregue-te lenta.
Deixe o teu perfume beijar minhas narinas e adentrar
minhas ventas, deixe-o, embriagar meus sentidos,
ser o ópio de meu espírito envolvido.

Toque minhas mãos com as tuas
como se me desse uma flor,
obedeça cegamente
a minha súplica de amor.

Achegue-te devagar e cheia de ternura tímida,
lisa como seda da índia, resvale teus mamilos nos meus,
deixe-os vivos, tremule-os cariciosamente,
suavemente – não, não me beije, a boca, ainda!

Quero-te toda leve, toda pluma,
toda magnificente e carente,
magnanimamente ardente,
entregue e minha.

Sinta-te o resvalar do beija flor por tua vulva,
sinta-o beber de teu mel nos lábios
de tua flor de jambo.
Escorreguem por meus ombros os teus antebraços...

Desça por minhas costas teus dedos finos,
como se tocasse um violino,
como se o dedilhasse e me auscultasse
os ventres pelo teu umbigo quente.

Quero sentir tua canção na minha espinha dorsal,
sentir no abissal da incógnita de soltar tuas comportas.
Viver o prazer profundo, de nosso mundo,
que se esconde em nós, detrás de nossas portas...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sondo-me


Sondo-me

Quando navego suavemente
como um barco de papel sobre às
faces de um lago sereno, mesmo
sabendo-se pequeno,
como um barco de papel,
sou grande.

Por que banho-me na minha
própria serenidade.
Que nunca saíra de mim,
aguardando a hora do embarque.

Assim sou eu, o barco.
Sou eu, o lago. O que não sou,
são as pequenas ondas
que brincam comigo fazendo-me dançar.
Como, certamente, não dançaria o
cisne sobre o mesmo lago.

O cisne não tem a minha preocupação
consigo mesmo, que tenho.
Por isso navega serenamente
casando-se com o lago e
amando-se as ondas...

O que devo me tornar,
Estive pensando...
Se a felicidade está na compreensão
de aceitar a aceitação
de ser feliz, em aceitar?!

ZéReys – poeta do profundo.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Numa corrida fugaz

Numa corrida fugaz

Para saciar a minha vontade
de te abraçar, me recosto,
fecho os olhos e voo.
Não sinto os espaços nem as estrelas.

É um voo cego,
como daquele meteorito,
não sei se as tuas chamas
será a minha atmosfera...

Diferentemente
do fragmento de pedra,
me medra os teus braços abertos,
e se corro ao teu socorro.

Sei, no entanto, que de ti preciso
e quero muito a tua chama.
Compreendo que a minha consciência
e a minha razão prudente, são trancas.

... Não posso ter uma rota bêbada
e preciso ter receptividade,
conto com a tua saudade, chego de surpresa,
perfumado e bonito, como um meteorito.

ZéReys – poeta do profundo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Enquanto te espero

Enquanto te espero

A esperança é nada mais que um acreditar
que sem Ela não se vive.
Eu tenho a mesma loucura por ti
que a aquela que me abandona à poesia.

São de fato os sonhos que preenchem
a minha vida, se esvazia, sem ti é assim:
Uma vida sem rimas, sem poemas,
sem cantos de flores, despetalar de beija flores,
cegueira dos bem-te-vis, o derreter do sol,
o sonso do sal ou o sagrado do carnaval.

Tudo se inverte se não te canto ou proclamo,
em meus versos santos ou insanos.
Tudo se perverte se não digo que te amo.
Pois tudo me converte ao teu nome que chamo.

Sou “despoetado”, sou alucinado, sou desbotado,
sou apenas meio sem ser nem a metade do que seria.
Ah, se eu não cresse que a tua espera fosse vida!  
Que o meio instante, de semanas, fosse nada,
e sempre imaginar-te já no meio da estrada,
e que já te ouço no riso da chegada...

Na vida



Na vida

A vida, não são somente flores,
mas sem elas, o que seria a vida,
Se não, sem vidas...

Há mulheres que são flores,
delineadas pelo poeta,
seu jardineiro e projeta,
que lhes ditam a vida:

Beijos como água,
Abraços como terra
e risos como flores.

E surgem em jardins,
mágicas, bonitas, árias,
e vivem por fim, assim,
para mim, poesias!

ZéReys – poeta do profundo

Reflita comigo



Reflita comigo:

Nas minuciosidade da vingança é que vamos acumulando
Sofrimentos. O sofrimento é como uma caçamba de areia,
ou mesmo uma montanha exuberante.

Não percebemos seu acúmulo até que nos pesam tanto,
que nos vazam pelos olhos, mudando as suas cores, misturadas
ao sal das lágrimas e nos ardendo, como se fossem pimentas.

Para acumulá-lo é bem fácil, é só dar toda a importância a
coisas pequenas e ser bastante negativo, é achar gozo na
amargura e supervalorizá-la, para que se juntam e endureçam.

Já a felicidade, embora seja também um estado de espírito, requer para mantê-la, compreensão positiva sobre todas as coisas, isso é seu alimento preferido, somos mais felizes, quando não nos imaginamos bobos.

Se pensarmos estar sendo desmerecidos e sendo passados para trás.
Pode ser um sinal de desejo de vingança, que sendo positivo, não sentiríamos e este fragmento junta-se ao todo e torna-se imenso.

O egoísmo nos faz crer que não somos merecedores de nenhum tipo de infidelidade, nem mesmo o de chegar atrasado ou de não ser atendido ao telefone, mas e se pensássemos... Foi o transito, a bateria acabou!...

ZéReys – poeta do profundo.

Agora

Agora

Acho que nunca mais eu quero nada mais pra sempre,
tudo que quis pra sempre acabou bem antes,
e ficou como se encalacrado, emperrado neste meu futuro de ontem, meu presente.

O meu pra sempre, será de ora em diante, o presente instante. Este sim é eterno, por que nunca deixa de nascer.
Nasce e renasce a todo o momento.
Assim é só eu preservá-lo a cada dia e vivê-lo,
sem ser preciso pensar no ontem... Ou no amanhã!

ZéReys - poeta do profundo.

Só mais algo sobre o amor

É preciso discernir a vida por sê-la tão profunda e ter por ela a devida gratidão.
O amor, jamais virá pelo ódio que se tem da não compreensão das coisas e/ou por não conseguir aceitar entendê-las. O amor começa com a aceitação.
Precisamos dominar as nossas formas de vontades: amar o que é - ser o que for -, aprender sempre para somar aos princípios da gratidão.
Nunca dará para ser feliz sem a aceitação, um diamante, sem isso,
será apenas uma pedra sem valor!
Às vezes dizemos que é preciso saber o que quer da vida,
entretanto, este saber, não é o saber egocêntrico que se supõe,
te dará plena felicidade, mas, compreender que a oração dever ser para se ter aceitação.
O universo tem te dado tudo que mereces, e ao aceitar e agradecer.
Recebes-te mais e melhor, gradativamente.

Fico impotente

Fico impotente

Quando o meu coração dispara, lembro-me criança correndo
de alguma pedrada, no campo de bola.
Hoje ao meu coração parece que a pedra de outrora, o acertou.
Quero ficar, quero correr e quero ir embora, mas fico. Não vou.

Pareço estagnado no tempo e sem força para correr; cresci para ser
abatido pela flecha do cupido. Traído pelo sonho de amar, fui engolido.
Não quero sonhar e sonho. Não quero esperar e espero,
não quero espelho e me vejo - em teus olhos, sou sombra de mim...

Acho que beberei um vinho e deitarei no chão - caí estrelas sobre mim, direi.
Acho que me adormecerei de cálice na mão, enquanto te espero saudade,
Já que ficará a me esperar, acordada e a espreita... Terna companheira.
Acho que enfim, não prometerei te deixar, novamente, amada!

Sou eu que

Sou eu que

Ando
meio que inflado
de ternura dentro de mim.

Eu até a sinto
escorrer abrindo
caminhos em minhas veias.

E entre glóbulos serpenteias
como serpentes nos rios,
nadando contra as correntes,
- pólen dementes no cio,
loucos por flor!

Ando meio que derramando,
ternura liquefeitas pelos poros.
Como se procurasse o caminho ti.

Eu até te sinto como se eu fosse teu rio.
E rio bobo sonhando contigo
No redemoinho do umbigo, dentro de mim.

Amigos merecem

Amigos merecem

É muito bom pedir perdão!
É ótimo
ser perdoado!...

Porém,
somente pedi perdão quem erra
e o reconhece;

Somente os terá para perdoar,
Quem os julgar.

Entretanto,
Melhor é tornar uma pessoa,
que jamais precise ser perdoado.

E já que julgar
está condenado...

Que jamais,
cometemos estes pecados!


ZéReys – poeta do profundo.

Entenda


Entenda

Eu tenho uma maneira protecionista de amar.
Quero dançar com os pés descalços contigo,
Em absoluto silêncio.
- Teus pés sobre os meus e nós a flutuar...

Acho que te amo tanto,
Que em cada espaço deste nada emudecido,
Há uma canção para se dançar...
Como se a ninar uma santa e sonhar!

- Que se a imaginar-te criança...
Criança, que se dança, leve paina,
Assim comigo... Assim contigo...,
Assim, neste silêncio, que o amor murmura!

ZéReys – poeta do profundo.

Homenagem a Cornélio Procópio - 75 anos.

Homenagem do poeta Procopense - ZeReys - poeta do profundo –
aos setenta e cinco anos de Cornélio Procópio!
Parabéns, minha cidade!

Acho que a minha cidade
tem dois mil anos de antecedência dos anos.
Ela rejuvenesce como se fosse
a própria esperança vívida.

Acho que um dia ela se tornará uma criança
cheia de vida, limpa, linda, cheirosa e sorrindo,
como uma criança, mesmo,
Após um banho fresco!

Sinto-a sentindo, vivendo, cada um de seu povo,
como um abraço que nos aconchegam em teu seio.
Uma criança que ama em resposta
de carinho àquele que a ama!

Obrigado minha cidade, por me deixar amá-la,
como se fosse a minha eterna criança.
Aqui a gente tem um sorriso de brisa que nunca nos abandona.
Além de ruas, praças, flores, prédios, e pessoas lindas!

Cornélio Procópio, a cidade que bate palmas para a vida,
que recebe e convida, que é receptiva, alegre feliz,
e tem fé inabalável no futuro.
Nossa gente é quem faz a cidade ser esta nossa casa de gente!

ZéReys – poeta do profundo – Procopense.

Chegastes


Chegastes

Vi-te Deusa linda Vênus,
que por acaso do acaso,
talvez de algum ocaso,
viera pousar-te numa pedra à beira mar.

Mas, ao estender-te os braços,
com tuas mãos espalmadas,
dirigindo ao céus o seu olhar,
pareceu-me ir voar, vir-me visitar...

Em tua mão esquerda a canga branca da paz.
Com ela tu riscarias o azul de branco
e magicamente, o amor se espalharia
em néons, pirlimpimpins, brilhantes.

É claro que ao poeta é dado o direito de sonhar.
E nos versos que divago, em afagos, há a verdade
inconteste de tua beleza santa. Que sem o teu contraste
de musa, fada, deusa; nem pedras haveria.

Quanto mais verdes e mares e marés, azul ou céus e arco íris,
Quanto mais, sonhos, e amores – ainda que sonhado -,
Quanto mais o belo ali visualizado... Quanto mais explicativas,
quanto mais vidas, quanto mais poesia, ali... Existiria!

ZéReys – poeta do profundo.

Do que fiz


Do que fiz

Tenho-te em meu coração,
a rara criação, como se em uma concha,
naturalmente, criasse-te pérola,
como o tesoura da ostra.

E que na imensidão dos valores abstratos,
o teu formato, a tua cor e luz,
a tua textura, a tua lucidez e candura,
imensurável, reluz.

Fiz-te assim de tantas verdades incontestes,
que por serem celestes e magnânimas,
lâminas, que nunca seriam mentiras.
- Verdades que por sê-las, sempre seriam!

Acho que ninguém é tão perfeito para ser linear
o tempo todo. Tens-te também, como a mim,
os teus defeitos. Pensa, muitas vezes, que dentre estes,
o principal seja me amar... E eu digo, não, este é o meu!

ZéReys – poeta do profundo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

INOPORTUNO VENTO



Inoportuno vento

(Poema da pagina 44 de meu livro – Fogo água - lançado em 2005, pela Universidade de letras do Paraná – Sem tiragem comercial).

E disse-me o vento ao roçar nos meus cabelos;
Com dedos frios da saudade do momento, e
que o tempo parecia nem ao menos se importar,
mas que embora, frio e indiferente de emoção,
trazia-me certo doce beijo,
vindo neste frio e inoportuno vento,
Falar-me de certo abraço quente de emoção.

Atiçou minha saudade este invisível vento,
agora, mais ainda e novamente.
Como se quisesse remeter-me aos seus braços,
que esta saudade nem sei onde residia em mim,
por tanto tempo... Por tanto tempo!
E sem tempo de discernir minha razão prudente,
Tive vontade de dizer que ainda te amava.

E disse então ao vento inoportuno,
siga em fim o seu destino
e leva-me contigo num sorriso.
Leva-me assim espectral e impreciso,
Toca seus cabelos com esse beijo de vento,
...Mesmo que a ela, não desperte essa saudade,
ou esta mesma vontade, de dizer do nosso amor...

ZéReys – poeta do profundo.