sábado, 3 de dezembro de 2011

IMAGINAR-TE



Imaginar-te é tão bom... Porque eu te flutuo sobre os eriçares de teus arrepios.
Deitado sobre o chão, as estrelas passeiam de mãos dadas, como se minha língua percorresse teu corpo nú ouvindo teus gemidos de expectativa, ao meu abraço.

Há tempos vivo assim, nesta esperança de sentir teu corpo, teu cheiro, teu sabor.
Tanto que te toco ao fechar os olhos e lamber teus seios como uma criança faminta.
Sacio-me temporariamente como um lunático com olhos lacrimejados.

Posso, pelo fato de tua onipresença constante em mim, fazer de tua saudade, a minha vontade de te cobrir em chamas, imaginar-te serpenteando sob meu corpo, mesmo sem cama, sobre a relva, sobre pedras, sobre águas, embaixo do céu, sobre a grama.

Imaginar-te é tão bom, que tenho medo de te tocar de verdade, fiz-te meu espectro do desejo, posso-te ter de todas as formas, e meu sofrer deixou de ser sincero, agora tu me és o que eu quero na hora e quando quero, és o meu amor, nas horas de dor!

Já que em ti não há mais nada, finja que nada sentes que nada lembre que mais nada queira. Deixe-me amar-te como posso. Fazendo da saudade um gozo, da necessidade um sonho, da esperança a espera, e de teu sexo - ainda que virtual -, a prece.