sábado, 17 de abril de 2010

A pesca

O menino sonhava em pescar.
Por ali não havia rios.
Um dia ganhou um chiclete, que depois de mascado,
colou-lhe aos dentes.
Fez dele uma bolinha, e na ponta de uma linha,
a colou, redondinha.
Metia nos buracos do chão e pescava, e pescava,
todos as aranhas que na bolinha colava.

Decisão fácil

Ele arrancou de si mesmo o tal do eu.
Enfiou-lhe porta fora, e decidiu de vez, viver assim...
Um ser vivente, simplesmente.
Achou que assim sendo poderia ser o que quisesse.
Se encontrou!
Aprender

O tempo dita as transformações na vida da gente.
Já fui - mais que agora - um tanto assim, personalista.
Fazer feliz, me mostrou a vida,
é um aprendizado de humildade e de longo tempo.
Quem ama de verdade, nada faz contra a vontade,
por que a vontade de quem ama, é prover felicidade.
Creio que isso, por si só, nos completa - os amantes,
que se impõe, naturalmente, pela doçura.
Agrura se vence com aceitação e paciência,
demência na solução é nada mais que loucura.