quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A MANGA DA GRATIDÃO

A manga da gratidão
(Uma pequena crônica)

Veja uma mangueira bem alta, restam algumas mangas bem lá no alto. São daquelas mangas que você adora. Que se lambuza, em um voo lúdico, pueril, como se você estivesse pousada sobre uma pipa de papel de cores de folhas de mangas. Você voa, quer apanhar as mangas com suas próprias mãos, mas agora que já é adulta, percebe o ridículo de sua imaginação, olha por um lado e depois para o outro e suspira aliviada:

- Que bom, não há ninguém me olhando ou escutando meus pensamentos! Até dá um risinho para si mesma.

Mas você está muito desejosa daquela preciosidade, tem certeza: esta fruta vai lhe trazer um momento sublime, ah! Que delícia era subir na mangueira – e se lembra! Então você atira uma pedra com todo a sua força, mas a pedra não chega, a fruta está muito alta para ser atingida por sua força motora, no entanto, acaba por derrubar algumas frutas que estão abaixo, elas estão até feridas por outras pedras, que antes, alguém lhes jogou.

Você reflete: “O nível destas mangas que sempre algumas pedras as acertam são mais baixo, são acessíveis às forças motoras de níveis fracos.”

Se você se colocasse ao nível dessas mangas de baixo, por talvez estar recebendo algumas pedradas na vida, perceberia que somente estão sendo acertadas, pela razão de seu nível espiritual estar concernente às forças motoras daqueles que lhes estão perturbando.

E então, que tal sair deste nível de levar pedradas a todo tempo, venha, você pode, você consegue, é só uma questão de abrir seu coração e dizer: Sim, meu Deus, permite-me sentir gratidão por tudo! E poderá com isso, ser puxada por uma força benigna, para outro nível, aonde às forças das forças motoras às pedras, jamais farão que cheguem!

"Só não somos perfeitos, por que ignoramos a perfectibilidade da obra de Deus... Não é difícil vê-Lo e senti-Lo: Ele está em toda parte, até Lhe sorri, quando você atentamente olha para uma flor!"

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ANTES-NASCER


Antes-nascer

Foi assim de repente, ela tomou de mão do tempo em um espaço pequeno, menor que semente de feno, uma gota que se perdia da chuva, e me chamou para que eu visse o que estava acontecendo.
Ela me fez perceber, como se usasse uma lupa de mil vezes zoom, que dentro desta bolha diminuta, algo brilhante estava nascendo.

A impressão que tenho, até hoje, é que estávamos em outro plano, nós flutuávamos, não tínhamos peso, era algo comparado com um capuchinho de nuvem branca. Ali pude ver que havia um par de olhos buscando a luz que entremeava às nuvens, vindo do sol.
Fiquei deveras emocionado, como se eu próprio renascesse.

Não era um projeto desenhado no papel do céu ou da terra, mas era um prospecto imaginado e materializado antes da concepção.
Precisaria ainda de uma fecundação, para que, como se alguém retirasse de minha costela aquela vida pedindo vida, pedindo um sopro de existência para o seu coração e seu antes-nascer, viver!

E então, quando deparei com aquela beleza, que pareciam cristais de lágrimas que vertiam de meus olhos, a brisa cheirava alfazema e outras gotas de chuva bailavam entre as gotículas que refletiam luzes, para alumiarem aquele lar, que não tinham paredes, por que as paredes cerceariam a liberdade dos anjos em nos ver...

E eu quis que algum Mozart nos trouxesse alguma canção.
Que algum virtuosíssimo aparecesse com um violino de gelo, transparente, por que o som devia ser luz transpassada do instrumento, e nos tocassem as almas e as iluminassem, como se fosse uma cidade resplandecendo essência de vida, para aquela vida!

E assim, como houvera ela apanhado com as pontas dos dedos aquela gota de chuva perdida, eu a tomei, oferecendo minha mão espalmada, onde ela colocou a sua, tão suavemente, que minha alma saltou de alegria inexplicavelmente... Beijamo-nos e nos amamos - houve revoadas de anjos em festa-, para que a concepção final de nosso sonho criança, procriasse! 

O trabalho ANTES-NSCER de ZéReys - poeta do profundo. foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bendito fruto

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DANÇA DE NÓS





Dança de nós


Há gotas de ternura em meus dedos para lhe tocar os lábios,
como se fossem gotas de orvalho escorrendo em folhas de bromélias. 
Nada há que se assemelha, embora sem cor,
a este amor. Ele me toca e escorre pelos dedos...

Eu ando me embriagando todos os dias por este pólen da poesia.
E o dia em que eu não bebo, sinto-me ressequido, até os meus ouvidos, perde o som dos ventos, tu e a poesia sois misturas, alimentos, um do outro, e ambos de mim, a todo o momento.

Há em minhas mãos, em cada uma, uma teia de seda vinda da natureza de Deus, que irradia luzes. Quero enternecer-te nas manhãs de teus dias e ser tão suave, amor, como aquela orquídea de valor imensurável que dança na brisa, rindo das patas da abelha.

Dance comigo, flor, neste balé de flores ao vento, quando em nosso abraço misturar nosso amor. Entre-me... Adentro-te...
No sexo das flores há a poesia dos polens, como se fossem suores.
Vivo amor, embriagado neste tempo, por este advento!

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domingo, 18 de novembro de 2012

O QUE VOCÊ FARIA

O que você faria

A maquina de água gelada na entrada do templo marca uma nova era, nesta espera pela velha profecia – os fins dos tempos. Oferecendo água filtrada e fria aos visitantes;
Como se a tese do fim do mundo fosse algo para antes.

Não há mais nas entradas, uma mina cristalina, saindo golfadas borbulhantes. Mas há até, uma réstia de sol atravessando os vidros da porta de correr, sobre o seu bebedouro, como se de lá, a qualquer momento, fosse nascer um arco íris em ouro.

Numa tardes dessas qualquer, também lá fui eu matar minha sede
- a do fogo e da água - não vi com isso um arco íris nascer, mas pude ver que crescia de um dos furos do ralo, por onde a água se esvai para a rede fluvial, uma plantinha quase microscópica...

Fitei-a, por alguns minutos por diversos ângulos.
Era tão jovial, parecia uma criança normal,
Destas, que sem se importar quais seriam seus pais,
segue com altivez, confiança e perseverança a crescer na vida.

Por fim fitei-a mais uma vez e pensei: não posso arriscar sua existência, deixando-a que morra prensada entre dois dedos de algum gigante desatento com a vida... E assim, atinei a perguntar para outras pessoas: 
- O que você faria?...

ZéReys - poeta do profundo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

TRENÓ DE SONHOS

Trenó de sonhos

A saudade é um trenó que me faz viajar no tempo. Das Henas, a vontade é a número um, a dois é o desejo, as demais, são a superação, numa engrenagem de força, cavalos de força para a tração.

A canção é como se ondas flutuassem sobre céus inimagináveis, a me levar... Sinto meus cabelos 
soltos ao vento morno dos céus. Ghost bate palmas alegres, 
E espectrais balançam as folhas dos roseirais.

Não é uma noite ou um dia: é um mistério, uma magia,
Um sismo sem fumaça ou cheiro ou lavas.
Há cores indecifráveis e flores exóticas maravilhosas  
Em canteiros suspensos, sobre nuvens azuis.

Sons de flautas se misturam aos sons do órgão, como se algodão
de açúcar misturasse a gergelim e lambuzasse meus lábios. 
Há uma excitação que faz a alma misturar-se ao meu sangue 
e o coração se tornar bailarino.

Anjos perfilados são árvores pelo caminho de ondas e cores.
Nada impede o deslizar de minha alma. Há uma doçura
que transborda sobre a maciez do trenó, massageando minhas pernas, delícia extasiante, plumas de uma brisa refrescante.

Agora vejo um lindo sol no horizonte, vislumbro teu encontro e o 
cheiro de teus lábios me beija, deixo de ser deus 
e me torno homem, que ama. Tenho sede, beberia uma cerveja,
E agora, vou desalinhar os teus cabelos, contra o travesseiro!

Não sei, entretanto, de tuas vestes ou nudez.
O Belo será tua visão sem sensatez, beijar-te-ei,
Como o sol beijando a lua, todo o teu corpo, e com todo
O meu calor, ainda que sem dizer: amor... Cheguei!

 O trabalho TRENÓ DE SONHOS de ZéReys - poeta do profundo foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
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