sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ANGÚSTIA BÊBADA


Angústia bêbada 

Minha alegria anda bêbada e temo por 
ensandecer meu sexo.
Há tantas ruas desvairadas a minha frente, 
e becos escuros e quintais com muros 
e lugares anexos e escusos com luzes de neon piscando,
como os antigos infernos de chamas crepitando.

Há uma queima de enxofre nos faróis dos carros,
agregados a felicidades fictícias, e o sarro é
que até os espermas fedem a couros recém curtidos.
Há tantas vulgaridades que eles decidiram parlamentar,
a profissão mais antiga – dizendo-se pessoas amigas.
Talvez haja algum que ainda tenha mãe para zelar!

Há tantas preocupações para tentar, talvez,
preservar a família deles.
(Não que eles sejam filhos daquilo ou de outra),
mas apenas filhos desesperados, separados,
nem são de prostíbulos ou de prostitutas,
embora, filhos da puta, também sejam filhos.

Eu temo por não suportar a liberalidade da promiscuidade.
Andam saltando cadáveres, como corrida de obstáculos,
o que talvez defira é que aqui não vemos a faixa de chegada
e nem há troféus para os Morais ou aos Vinícius,
mas precipícios da moral à legalidade, e assim,
tudo está para todos, devidamente regulamentado.

Se matarmos com a legalidade, a moralidade,
haverá de existir para todos, inclusive ateus, um grande Deus.
Ou Sodoma e Gomorra será apenas uma piada bíblica,
que nem mais cabe em botecos, como parâmetro.
Estamos de segunda a sexta, ensandecidos de sexo
e alegrias bêbadas, que a nossa sobriedade anda séria...

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O trabalho ANGÚSTIA BÊBADA de ZéRerys - poeta do profundo foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
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