Crônica ao nicho Papal.
Mesmo sem ir ver o Papa ao
vivo, por aquelas questões sociais, cujas palavras foram destaques em sua
caríssima visita, eu quase não suportei mais em tanto vê-lo. Se notícias no país
não fossem tão tendenciosas, é quase também, certeza, que saberíamos que alguém
tenha enfartado. Não noticiaram nada. Se bem que poderiam se dizer que fora por
emoção ao vê-lo. Eu particularmente, lhe tenho agora, apesar de sua explorada exposição,
mais respeito. Acho que todos nós temos, apesar do humilde poderoso, ser
Argentino.
Alguns até levou ao pé da
letra aquela máxima antiga, de quando ainda o Ex-presidente Lula não tinha
estado no poder, que dizia: “reclame ao Papa!” E leram para ele aquele caso do
descaso da prefeitura do Rio com sua tentativa de engabelação, maquiando o
percurso do papa, fiquei até pensando se não era por isso que eles mudavam de
rota sacaneando o esquema da prefeitura de “segurança e acessibilidade”
pareceu, talvez, a nossa linda cidade, ao Papa, uma Rio Saramandaia city, e
depois não veem que os homens de Deus, não precisam de segurança, oras... Ou
precisam?
Bem... O Papa, João Paulo,
levou uma facada em Fátima em terras portuguesas por este negócio de ser
popular, mas por outro lado, vai se tornar santo. “Já temos mais por aqui que
lá em cima”, será que o céu é pior que aqui? Eu também gostava do João Paulo!
Lembram-se: “Meus caríssimos irmãos!” era tão romântico aquele seu jeito! Mas o
Francisco é diferente, este, não tem um jeito Maradona de ser e muito menos
Argentino, cheios da seriedade dos policias da rainha, e as arrogâncias
fidalgas dos poderosos e milionários súditos do rei. Com uma pequena diferença,
por aqui, em nossa jovem América Latina: temos a Cristina, deve ser até em
homenagem a Rainha, ou complexo de superioridade.
Quanto ao Papa, é já que
brigam, tem gente demais a falar que ele é carismático, eu sou meio termo, mas
como já disse, eu gosto dele. Veio falou o que a gente queria ouvir e disse
aquelas coisas de sempre de Papa, que certamente ninguém vai fazer, haja vista
os dois mil anos de cristianismo de frente deste mundo cada vez pior em todos
os aspectos. Mas tudo bem, logo ele volta, inclusive a gente espera que seja
uma visita mais rápida, afinal nosso país é um país pobre e daí haja pôr água no
feijão, depois de sua visita... É claro, não vão também dar feijão com caldo
ralo ao Papa.
Outra coisa que me chamou a
atenção foi o veículo que usou: veículo da concessionária Fiat Seria por que
esta empresa é italiana, ou foi merchandising da empresa, pagando a igreja para
mostrar sua marca ao carregar o Papa, sem dúvida o nicho de mercado repentino
que o Papa gerou foi grande, deu fôlego políticos aos governos, se bem que em
troca o Papa deu algumas alfinetadas neles, mas bem de leve, coisa facilmente
esquecível por uns 99,9% dos que ouviu, certamente.
Em sua entrevista final, ele
afirmou que o carro é parecido com o que usa no vaticano e que embora sejam
ricos, não devem ficar se mostrando com carrões, por que os fies não gostam de
ver e se sentir menosprezado em sua pobreza diante de ostentação de religiosos,
eu estou afirmando em relação à riqueza deles por que é público e notório esta
riqueza dos religiosos, em toda parte do mundo, eles sempre dizem serem pobres
e que nada lhes pertencem, porém, o que é ser rico, não é viver na riqueza? Já
que depois da morte a riqueza fica? Então são ricos sim, e muito ricos! Eu
entendo que uma pessoa é rica quando não lhes faltam nada, e a eles, falta
alguma coisa?
Pobre sou eu, que não tenho
vintém para lançar um livro e nem ajuda do ministério da cultura, aliás,
cultura é um saco, não são ministros...,
faz as pessoas pensarem... E por falar em pensar já pensou no gasto geral, se
os outros religiosos tiverem os mesmos privilégios/direitos? Esse negócio virará
uma dívida externa dos velhos tempos – impagável -, como se dizia antigamente. Aliás,
por falar em impagável, me lembrei de duas coisas opostas e, ao mesmo tempo
paralelas: a cidade da fé, e a cidade daquelas pessoas que até hoje esperam
soluções para suas casas soterradas no estado do Rio de Janeiro, com uma coisa
em comum, em nenhum caso se chegou ao finalmente. – Porque não põe mais terra
naquela cidade da fé, soterrando de vez a fé dos fiéis, e faz as moradias lá,
assim acabará por concretizar a fé dos desabrigados, já poderiam até contar o
feito, como o primeiro milagre do Papa Francisco!
A humildade do “santo padre” foi
condizente com a sua postura por aqui, mas há pobres arrogantes e ricos humildes
assim como no sentido contrário, mas no Brasil, criamos um conceito inverossímil
- quando queremos dizer que alguém seja pobre dizemos que ela é pessoa muito humilde,
isso até remete outros a serem arrogantes por direito, já que quem tem que ser
humilde é quem precisa. Eu vi um Papa humilde, mas não pobre, me fez inclusive
lembrar de Jânio Quadros: diziam que colocava farinha nos ombros para parecer
caspas. – Não sei se isso é verdade ou não. Mas os conceitos
Pobreza/riqueza/humildade/felicidade, são bem relativos.
Há pobres felizes, há ricos
felizes e ambos infelizes por algumas coisas. De todas as formas recorrem a
algum dispositivo dito espiritual para se safarem destes “infortúnios”, assim
sendo, que pelo o menos sejam contribuintes, e como a maioria dos povos do
mundo é de classes medias para baixo, tendo inclusive os miseráveis em números maiores,
nada mais providencial que tornar estes miseráveis ao menos contribuintes, “aquela
de matar dois coelhos com uma cajadada”. O Papa disse ser seu desejo isso!
O Papa pediu e eu decidi, vou
orar por ele, aliás, isso até me lembrou a passagem bíblica atribuída ao Jesus,
quando ele admoesta severamente um homem que o remetia a ser Deus, e ele teria
dito: “Não me adoreis por que eu não sou Deus, Deus é o meu pai” Se isso não
foi uma ironia dele ao José, supomos que se referia ao Deus Criador. – Acho que
o Papa estava, assim, se sentindo meio que endeusado. Vou orar para o Papa,
sim, só o fato de ele ser favorável a acabar com a pobreza, especialmente no
Brasil, me faz crer que ele seja contra a esses hipócritas que temem perderem
seus status de contribuintes das cestas básicas das igrejas, com seus quilos de
fubás... Já vale orarmos por ele. E, me perdoem por algumas coisas!
– Fui!...Fomos!
ZéReys poeta do profundo.
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ResponderExcluirParabéns poeta do profundo, que conhece a profundeza e a esperteza de conhecimentos gerais!...Concordo e acho exatamente tudo isso que narrou em sua crônica, apenas não sei me expressar assim com tanta elegância e profundidade...E digo também, que o dinheiro que entra no Vaticano, dariam para reconstruir as casas soterradas no Estado Rio e amenizava a fome de muitas crianças da África...Bravíssimo poeta, bravissimo!!!...BjoS
ResponderExcluirZé, eu li com cuidado e vagar à tua crônica, embora eu não pertença ao "nicho" papal. Dizes muitas coisas interessantes, e verdadeiras. Porém, na tentativa de concatenar os temas, acabas por não fazer jus ao teu poder de argumentação. No Brasil, falamos tanto em mídia, e mal da mídia, que acabamos por cometer os mesmos erros que ela. O assunto é o Papa? Então vamos falar do Papa Francisco e sua passagem pelo Rio de Janeiro, que foi um estrondoso sucesso de audiência (para quem cobriu, publicou ou transmitiu) e de público: fiquei arrepiada ao ver a multidão se ajuntando na Praia de Copacabana para ouvir o Papa em sua jornada e na sequência de homenagens. Considero Francisco, "apesar de ele ser argentino" (cuidado com o preconceito), um Papa que vai dar o que falar. Até o momento, ele mandou fazer uma varredura no Banco do Vaticano, antro de corrupção, e fala até em fechar a instituição. Sobre os gays, disse que somos todos filhos de Deus - pior é ser corrupto, ladrão, cínico, entre outros. Ou seja, o Papa, assim como Deus, não faz acepção de pessoas, e deixou isso bem claro em sua passagem pelo Brasil. Infelizmente, o Papa é rico e é o dirigente maior de um dos estados mais ricos do mundo, o Vaticano. Mas ele deu mostras de sua humildade: não usa o quarto oficial, mas um quarto simples; mandou retirar o trono de ouro da Santa Sé e escolheu algo mais ao estilo dos franciscanos, ordem à qual pertence. Portanto, Ave Papa, que não tem muito tempo que assumiu, mas mostrou a que veio. Não o compare com Lula, que pensa que é Deus, muito menos com essa corja de políticos corruptos e mentirosos que governam o Rio de Janeiro e o Estado da Guanabara. E ore não só pelo Papa, mas por todos nós, mortais, assim como ele. Beijos de mim.
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