Crônica do meu cotidiano.
Esta noite eu ganhei um sono
e dormi pensando no quanto de mim faz por mim, eu mesmo. Pensei também o quanto
isto era egocêntrico e condizia com a minha verdade, e o quanto essa verdade
conflitava com a minha outra verdade, que de fato, fazia parte do coletivo
corrente do qual eu faço parte e muito provavelmente você também faz parte.
Pois bem, adormeci. E ao
levantar-me, isso ainda estava latejando em minha cabeça. Era o tal do martelo
da consciência. Percebi que isso não era nenhuma meditação em busca de nenhum
nirvana, mas talvez fosse uma busca de um eu verdadeiro de verdade, onde a
profundeza sonolenta de mim dormia tranquila, como a um anjo no colo de algum
demônio, com cara de touro, “pobre do touro, se ele bestar eu o mato”.
Enfiei os meus pés nos
chinelos e segui para o banheiro, ainda pensando sobre isso me sentei ao vaso e
em seguida levantei-me lembrando que o que eu ia fazer era o número um e não o
dois, mas de qualquer forma, seria uma atitude a mais por mim, que fazia.
Depois, após lavar as mãos, tomei da escova e fiz minha higiene bucal,
deixando-a com aquele gosto merchandising do, Ah! Que frescor!
Fiz uso de algumas coisas de
forma muito inconsciente de suas naturezas. Era tudo meu e para mim. Ignorei,
portanto, o princípio da nascente, “como são as pessoas hoje em dia”, que nem
lembram de seus pais ou dos pais de seus pais ou desta corrente de seres que
nos levam, retroativamente, até Deus. E pensem, não há como sermos nós mesmos
se fôssemos outros. Mas o tal do quanto fazia por mim mesmo diante do
inoportuno coletivo, me incitava.
E parti para cozinha. De novo
fiz uso da água; era hora de fazer o café, e utilizei o açúcar, e também a
colher de aço inoxidável, e, vários outros utensílios, cuja origem, também, naquele
momento em que pensava em mim, de forma inconsciente, mas intrínseca, não me
lembrava de sentir e não sentia, de fato, nenhuma gratidão pelo principio da
nascente. Mas também, o que é que tem? Eu poderia pensar: “estou no princípio
coletivo, de que sou o mais importante na cadeia da existência”.
É claro que você pode ignorar
esta minha autocrítica e nem dela fazer-se ouvido a tendo como espelho. Mas se
puder, espelha-se e faça a sua, talvez seja você bem melhor que a minha
autocrítica, já tendo tomado consciência de tanto quanto eu ainda careço em
fazê-la, portanto, meus amigos, esta é uma crônica de meu cotidiano, -
importante: falo de sentir-me no coletivo, devido não ver muito na prática algo
diferentemente do que faço, mas perdoe-me se o caro leitor for uma das partes
da exceção.
E por incrível que pareça
isto ficou buzinando em minha cabeça durante todo o tempo pelo dia afora. E
assim, portanto, tudo que eu fazia, me fazia perceber que era para mim que eu
estava fazendo: Se sorria, se cantava, se comia, se lavava, se vestia, se me
aquecia, se pensava, se escrevia, se sentia, se sentava, se levantava, se
deitava, se tomava o café, se me espreguiçava... Não havia nenhum outro, nem
mesmo um outro desta interligação coletiva desta minha vida interdependente,
tão necessária para minha existência... Sabe que dei por mim chorando
involuntariamente?!
Eu
estava emocionado, mas havia algo de tão bonito fluindo de meus poros que até
parecia que minha aura havia se tornando fluorescente e por toda a sala, que
antes estava meio escura, se acendesse, fazendo minhas paredes brancas – opa;
desculpe! As paredes brancas da casa que eu uso, virassem luzes! “Para mim, foi
algo surpreendentemente inusitado!” Aconselho...
Esta imagem imaginativa tem
de fato, entretanto, uma consequência: Fazer a prática e isso implica mudança
de atitude que por sua vez necessita de organização.
Nada de papeis no chão, nada
de cortar árvores - pelo fato de as folhas caírem -, nada de pôr fogo sobre o
asfalto da rua, nada de misturar resíduos na mesma lata ou saco de lixo, nada
de usar coisas ou tecnologias que poluem. Nada de emporcalhar o pensamento,
nada de palavras negativas, nada de se deixar enganar, nada de preguiça na hora
de votar, nada de se entregar à mídia dos interesses egocêntricos, bane de seus
costumes coisas que não estejam na inclusão com seu próximo. Lembrem-se, o
verdadeiro amor é altruísta, e ele tem um dono justíssimo que não te deixará
sem amor, aí eu disse – Sim! “Mas, você, meu amigo leitor... Fique a vontade!”
ZéReys – poeta do profundo.
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A fé de uma pessoa está relacionada com aquilo que ela mais precisa, pois em caso contrário, ela não precisaria de nada.
ZéReys.