domingo, 22 de abril de 2012

ANTES DO AMOR


Antes do amor

Éramos olhos vagantes,
secos de vidas, como uma folha morta
em vento solto...

Procurávamos um leito. Há dias sem feitos.
Éramos chamas sobre brasas e cinzas intumescidas de suores frios... Estávamos vazios.

Olhei-te como um raio de trovão ao meu encontro de olhos.
Fazes amor comigo? Pensei-te, em forma de néon...
Vi teus lábios entreabrirem-se como duas pétalas lindas.

Meus lábios emudecidos e umedecidos como a libido,
atraídos, fomos um para o outro, ao selo do longo beijo,
delicias nos ferveu o sangue renovando-nos.

As palavras foram se calando e morrendo entre os sussurros.
Os assuntos eram silêncios entrecortados de respiros e afagos.
Já como anjos nus, voláteis cheiro, canto, céu, essências do amor.

Tornei-me uma gota de sua boca, escorregando sobre a tua tez morena, escorrendo-me em cristal sob teus seios nus, eriçados, pontiagudos, retesados, macios... Por fim os lambi ávidos.

Havia nos suores, em nossas mãos, o tremor, a emoção.
A vida que preenche a vida pulsava em nós, humanos animais,
mais... E, mais... Mais, nos abraçávamos, amando-nos... Manhãs!


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A fé de uma pessoa está relacionada com aquilo que ela mais precisa, pois em caso contrário, ela não precisaria de nada.

ZéReys.